sábado, 18 de setembro de 2010

O Preço

E um grito ecoou pela casa, logo em seguida foi um choro, e ele sabia que ela era sua protegida.
Uma menina, cabelos ruivos e grandes bochechas rosadas. Pequena e delicada, assim como ele havia imaginado.


- Não, não e não – Ele chorava, pedia loucamente para que fosse ele, mas nada adiantava, era inútil.


Não se podia fazer nada, a criança morreria nada impediria que isso acontecesse, mas havia uma coisa... Artur se contorcia, pensava na única maneira que salvaria Amber, mas era um preço muito alto.

Artur era alto, tinha cabelos castanhos, penteados de uma forma diferente, que se moldava perfeitamente ao seu rosto de traços fortes, porem, angelicais. Olhos mais negros que a própria escuridão, o que lhe dava um ar sombrio, mas que atrairia qualquer mulher, como um imã atrai objetos metálicos. Suas asas eram gigantescas e brancas como as nuvens.

Era o destino de Amber, todos sabiam disso e ninguém impediria, ninguém que quisesse sofrer pelo resto de seus dias.

No canto mais distante estava Artur, ele estava medindo a proporção de sua escolha. A escolha que ninguém teve coragem de fazê-la, ele sabia que poderia dar errado e acabar não só com sua vida, mas com a dela. Ele tinha que tentar.

Não era a coisa mais simples a se fazer, mas ele sabia que se Amber não morresse, era a espécie dele que sofreria, anjos iriam chorar sangue, morrer da forma mais cruel, todos seriam jogados do céu.

Tudo o que acontecia com Amber era visto por Artur, mesmo que ele não pudesse ver, ele sentia, sabia de tudo o que pensava desde a barriga de sua mãe Anne.

Amber com menos de uma hora de vida, já tinha seu destino celado, ela iria sofrer, alguém tinha que pagar, alguém morreria para salvar todos os anjos, tanto os decaído quanto os anjos da guarda, arcanjos e suas demais subdivisões. Esse alguém era Amber, a pequena recém nascida que pagaria pelo erro de um de seus ancestrais.

Elliot era um anjo da guarda, ele desejou tanto sua protegida que caiu do céu, suas assas foram arrancadas durante a queda e isso o enfureceu demais. Ele caiu na campina onde Jenny, sua ex-protegida estava,quando ela o encontrou, ele falou que foi atacado por um animal qualquer e foi rastejando até ali. Com o passar do tempo, eles se casaram e tiveram um filho.

Vingança era o que Elliot queria, por não tem mais suas assas, e ele foi longe demais, ele procurou um anjo que há alguns dias andava por ali, cuidando de perto de seu protegido, Elliot arranco-lhe as assas e o mandou para o inferno, de um jeito que ele não pudesse voltar. Sua sede de vingança estava saciada, mas ele pagaria pelo que fez, e para se livrar do seu castigo, ele dá em troca seu 23° descente. O castigo foi enviado diretamente para Amber, ela seria o sacrifício para salvar Elliot.


A escolha estava nas mãos de Artur, e se ele não escolhesse logo, Amber morreria.


Num impulso, ele deseja Amber, sendo assim jogado do Paraíso. Na queda suas assas são arrancadas, como a de todos os anjos que são jogados. Artur cai a alguns metros da casa onde sua ex-protegida estava. Com o pouco da força que lhe sobrou ele correu até ela.


O sono de Amber era tranquilo, ela não fazia ideia de que poderia morrer em menos de 20 minutos, Artur sorriu ao olhá-la de perto e afagou sua bochecha. Amber suspirou.


Como se o tempo congelasse, todo o murmuro que vindo do cômodo ao lado cessou, e Artur soube que era sua chance de salvar Amber ou morrer os dois. Um raio de luz adentrou pela janela e cegou Artur, ele sentia que uma corda ia de encontro as suas costas a cada segundo, e assim ele foi ao chão. A respiração de Amber parou, Artur podia sentir, ele chorou ao perceber que não pode salva-la. Foi assim, nesse estado deplorável, que ele foi enviado ao inferno, onde passaria o resto de seus dias.


Assim que Amber morreu e Artur foi enviado ao inferno, a luz que o havia cegado se acabou e o tempo voltou a correr. E ali, naquele quarto, foi pago o erro de Elliot.


Anne foi até o quarto, com a ajuda de sua irmã e amigas. Ao entrar no quarto e chegar perto de Amber, Anne percebe que sua pequenina filha já não respirava mais, ela desmaia e as outras mulheres que ali se encontravam, ficaram em choque.

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